retrospectativa . 988-009
desenho . pintura . fotografia . instalação
1988 - 2009
18 de Abril a 3 de Maio 2009
Galeria Morgados da Pedricosa . Aveiro
Comissária: Maria da Luz Nolasco
Homo homini lupus
instalação
1999
versão 2009 a partir do original
casulo (fase 1) linhaça, arame, vinil recortado
estrutura original:
madeira, rede de galinheiro, pano crú, gesso, linhaça, colchões de esponja, pele de raposa e aplicação de acrílico sobre tecido
banda sonora: canto de baleias belugas
1000cm x 300cm x 250cm
Galeria Morgados da Pedricosa
18 a 26 de Setembro de 1999
colecção do autor
O Homem está, cada vez mais, a fazer desvanecer a quinta-essência do seu Ser – a aproximação à Natureza.
Ele próprio um produto da Natureza, o homem assumiu características distintivas – uma faceta cultural – que lhe permite diferenciar-se dos outros seres e elementos da Natureza, dominando-os e transformando-os de tal forma que a realidade que hoje conhecemos é meramente transitória. As consequências deste processo são sempre imprevisíveis e, muitas vezes, nefastas.
O Homem tornou-se o lobo do próprio Homem.
Homo Homini Lupus
Esta temática tem constituído, desde o início, a linha orientadora do trabalho desenvolvido por Francisco Pereira, seja a pintura, seja qualquer outra forma de manifestação artística. A instalação que nos é apresentada agora é fruto dessa preocupação.Um trabalho desenvolvido em várias fases, denotando uma maturação e uma responsabilização crescentes.
Mais do que uma reflexão pessoal, que necessáriamente nos transmitiria a visão do criador, o projecto que nos é proposto tem como objectivo essencial fazer reflectir as pessoas, esclarecendo as sua posição relativamente a esta matéria.
Quantos de nós não nos interrogámos já sobre o rumo que a sociedade humana tomará no futuro? Para além das previsões apocalípticas do fim do mundo, tão comuns hoje em dia, poderíamos, num rasgo de esperança, prever, em contrapartida, o nascimento de um novo Homem, capaz de construir uma nova Ordem para a sociedade humana.
E afinal, quem detém a capacidade para fazer estas opções? O próprio Homem.
Tudo depende de nós...
José Manuel Alferes Nunes
Setembro de 1999
O Lugar dos Afectos
instalação
1998
versão 2009 a partir do original:
16 fotografias a preto e branco
impressão digital sobre papel: 550cm x 300cm
areia de, passadiço de madeira, pano crú
banda sonora: sons de mar
Museu de Aveiro . 4 a 26 de Abril de 1998
colecção do autor e de particulares
Correspondendo a um momento significativo do trabalho recente de Francisco Pereira, surge, em espaços de entrada, bem junto à área de acolhimento do público visitante do Museu de Aveiro, a instalação «O Lugar dos Afectos».
Feita de registos a preto e branco, este primeiro momento expositivo explora os recursos plásticos e poéticos que valorizam a figura humana, os sítios, as memórias e as marcas sensitivas dos intervenientes no percurso artístico desenvolvido pelo autor.
Manifestam-se os sentimentos;
Repousam as memórias;
Cristalizam-se os momentos vividos.
A fotografia serve o artista e surge como pretexto para cativar a relação estabelecida entre o criador e a matéria “residual” guardada na pipeta laboratorial, a que ele – o artista e inventor de imagens – dá forma, expressão e calor.
É este o lugar dos afectos, assim o intitula Francisco Pereira.
Maria da Luz Nolasco
Março de 1998
Big Mother
instalação
1991
Big Mother is Watching You
acrílico sobre tela e acrílico sobre madeira
Mother´s Black Box
versão 2009: vinil recortado sobre pavimento de madeira
versão original: caixa de aglomerado coberto a óxido de ferro: 170cm x 120cm x 100cm
Salão Cultural da Câmara Municipal de Aveiro
6 a 14 de Abril de 1991
colecção do autor
Will you teach your children what we have taught our children? That the earth is our Mother?
There was a time when our people covered the land as the waves of a wind-ruffled sea cover its shell-paved floor, but that time long since passed away with the greatness of tribes that are now but a mournful memory. I will not dwell on, nor mourn over, our untimely decay, nor reproach my paleface brothers with hastening it, as we too may have been somewhat to blame.
This we know; the earth does not belong to man; man belongs to the earth. This we know. All things are connected like the blood which unites one family. All things are connected.
Chef Seattle speech
1854
Big Mother is Watching You
It was a bright cold day in April, and the clocks were striking thirteen. Winston Smith, his chin nuzzled into his breast in an effort to escape the vile wind, slipped quickly through the glass doors of Victory Mansions, though not quickly enough to prevent a swirl of gritty dust from entering along with him. The hallway smelt of boiled cabbage and old rag mats. At one end of it a coloured poster, too large for indoor display, had been tacked to the wall. It depicted simply an enormous face, more than a metre wide: the face of a man of about forty-five, with a heavy black moustache and ruggedly handsome features. Winston made for the stairs. It was no use trying the lift. Even at the best of times it was seldom working, and at present the electric current was cut off during daylight hours. It was part of the economy drive in preparation for Hate Week. The flat was seven flights up, and Winston, who was thirty-nine and had a varicose ulcer above his right ankle, went slowly, resting several times on the way. On each landing, opposite the lift-shaft, the poster with the enormous face gazed from the wall. It was one of those pictures which are so contrived that the eyes follow you about when you move. BIG BROTHER IS WATCHING YOU, the caption beneath it ran.
in Nineteen Eighty-Four
George Orwell
1949
foto superior
Mother´s Black Box
foto de Miguel Oliveira
Aveiro 2009
Copyright © 2011 Francisco Pereira . All Rights Reserved